21 junho 2011

Natureza e condição metafóricas...:

Como é o caso de vários outros X-Men, o poder de Ciclope o coloca em determinadas condições metafóricas, reflexivos de sua personalidade e relacionados ao tema total dos X-Men de "desajustados", explorados através do sentimento de isolamento dos mutantes discriminados.
Desde muito cedo, Ciclope se sente ameaçado por uma habilidade com potencial enormemente destrutivo que deve manter sempre sob controle, para não ferir aqueles que o cercam. Isto o separa do resto da equipe e o faz acreditar ser impossível para qualquer um e especificamente, no começo da série, para Jean se sentir atraída por ele, tal é o estigma de sua mutação.
Também, o fato de que seu poder afetar seus olhos, forçando-o a estar sempre usando um visor especial, contribui em seu sentimento de isolamento, pois ele é incapaz de estabelecer um contato visual com qualquer um. Na verdade, com Jean Grey foi seu primeiro contato visual em mais de uma década, graças ao elo mental compartilhado entre os dois, e através de encontros no Plano Astral. O desenvolvimento descontrolado dos poderes de Jean como Fênix define um dos pontos mais importantes em seu relacionamento.
A condição resultante de Ciclope, como um mutante e uma pessoa, é consequentemente um reflexo do peso da condição de desajustado, na medida em que é deixado de lado por todos aqueles que cruzam seu caminho.
Um fato interessante é que a aparência dos Novos X-Men, com limitações físicas mais sérias, tais como Noturno com aparência estranha e a intocável Vampira, fez seu estado e especificamente sua necessidade de uma vida normal, comparativamente quase banal: em X-Men: Evolution seu visor o faz bastante popular, pois seus colegas de classe (especialmente as meninas) acham que os óculos o fazem parecer "descolado" e dão um certo "estilo" ao personagem.
Assim como muitos outros personagens do universo-x, há uma grande aceitação e identificação com os jovens que acompanham as histórias, já que estes estão passando por mudanças corporais, psiquicas entre outras. É um momento de se aceitar para uns e de contestamento para outros. E como na vida, só mais tarde, com a nossa socialização no meio em que vivemos, percebemos que nossos problemas não possuem tal dimensão o quanto pensavamos. Sair de nosso casulo de transformação nos torna melhores, pois só assim vemos o mundo como ele é.


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Pouco mais que as outras...: